O que é energia eólica offshore e como funciona?
A energia eólica offshore é aquela que é gerada a partir de turbinas eólicas instaladas no mar, aproveitando os ventos mais fortes e constantes que sopram sobre as águas. Essa modalidade de energia renovável vem ganhando destaque no mundo todo, especialmente na Europa, onde existem mais de 100 parques eólicos offshore em operação.
É importante destacar que, muitos países, estão investindo intensamente na energia eólica offshore por já terem explorado boa parte do potencial para implantação das usinas em terra (onshore).
Mas quais são as vantagens e desvantagens da energia eólica offshore? E como ela pode ser utilizada no mercado livre de energia? Neste artigo, responderemos essas perguntas e mostrar como essa fonte limpa e renovável pode contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira.
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Como funcionam os parques eólicos de energia offshore?
Um parque de energia eólica offshore é um conjunto de aerogeradores instalados no mar, em locais com profundidade entre 20 e 50 metros. Os aerogeradores são estruturas formadas por uma torre, uma nacele (onde ficam o gerador e o sistema de controle) e três pás, que giram com a força do vento.
O vento faz as pás girarem, o que aciona o gerador e produz energia elétrica. Essa energia é transmitida por cabos submarinos até uma subestação em terra, onde é conectada à rede elétrica. Os parques de energia eólica offshore podem ter dezenas ou até centenas de aerogeradores, dependendo da capacidade instalada.
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Vantagens e desvantagens da energia eólica offshore
Os parques de energia eólica offshore têm algumas vantagens em relação aos parques terrestres. Uma delas é que os ventos no mar são mais constantes e intensos, o que aumenta o fator de capacidade (a relação entre a energia efetivamente gerada e a energia máxima possível) dos aerogeradores. Outra vantagem é que os parques offshore podem ser instalados em locais com uso limitado, evitando conflito com o uso do solo e reduzindo os impactos ambientais e sociais.
No entanto, os parques de energia eólica offshore também enfrentam alguns desafios. Um deles é o custo de instalação e manutenção, que é maior do que nos parques terrestres, devido à complexidade técnica e logística envolvida. Outro desafio é a resistência dos aerogeradores à corrosão marinha, às ondas e às tempestades. Por isso, os parques offshore exigem materiais mais robustos e sistemas de proteção mais eficientes.
Outros pontos que devem ser observados com atenção são os impactos na navegação e na eventual exploração de petróleo.
Como explorar a energia eólica offshore no Brasil
O Brasil, apesar de ter um grande potencial eólico offshore, ainda não possui nenhum projeto nessa área. Segundo um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o litoral brasileiro tem um potencial técnico de cerca de 700 GW de energia eólica offshore, considerando uma profundidade máxima de 50 metros. Isso equivale a quase 3 vezes e meia a capacidade instalada atual do sistema elétrico brasileiro.
Para explorar esse potencial, o Brasil precisa enfrentar alguns desafios, como:
- Desenvolver uma regulamentação específica para a energia eólica offshore, definindo as regras para o licenciamento ambiental, a outorga de concessão, a remuneração da energia gerada e a conexão à rede elétrica;
- Realizar estudos detalhados sobre as condições dos ventos, das ondas, do solo marinho e da biodiversidade nas áreas potenciais para a instalação das turbinas eólicas offshore;
- Atrair investidores e fabricantes para o setor, oferecendo segurança jurídica e financiamento adequado;
- Capacitar mão de obra qualificada para a construção, a operação e a manutenção dos parques eólicos offshore, bem como para o desenvolvimento de tecnologias nacionais;
- Integrar a energia eólica offshore ao sistema elétrico nacional, garantindo a qualidade, a confiabilidade e a estabilidade do fornecimento de energia.
A energia eólica offshore pode trazer diversos benefícios para o Brasil, como:
- Ampliar o uso da energia eólica na matriz energética brasileira, reduzindo a dependência das fontes fósseis;
- Contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, mitigando os impactos das mudanças climáticas;
- Aproveitar o potencial eólico complementar ao da energia eólica onshore (em terra), aumentando a disponibilidade de energia nos períodos de menor geração hidrelétrica.
Entretanto, vale destacar que a matriz energética brasileira já conta com uma participação superior a 85% de fontes de geração de energia sustentável. Além disso, outras formas de geração mais baratas ainda não atingiram todo o seu potencial de exploração, como as eólicas em terra e as usinas hidrelétricas.
A energia eólica offshore é uma oportunidade para o Brasil avançar na transição energética para uma economia de baixo carbono, aproveitando os recursos naturais abundantes do país. Para isso, é preciso superar os desafios existentes e criar as condições favoráveis para o desenvolvimento dessa fonte de energia limpa, segura e competitiva. O desenvolvimento dessa fonte deve ser baseado em livre competição no mercado, sem a previsão de subsídios específicos nas faturas dos consumidores de energia.
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