Bacias hidrográficas e influência nos reservatórios para geração de energia

Bacias hidrográficas e influência nos reservatórios para geração de energia

Elaborado por Diego Bonfim

A geração de energia elétrica no Brasil depende significativamente do regime de chuvas, sendo este um fator crucial na formação dos preços de energia. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as hidrelétricas brasileiras representam 69,8% da energia gerada no país. Em 2023, a oferta de energia hidráulica foi de 441,1 TWh, destacando a importância dessa fonte e sua dependência das chuvas.

Leia também: O papel das Pequenas Centrais Hidrelétricas na matriz energética nacional

Influência das Bacias Hidrográficas na Geração de Energia Hidrelétrica

O nível de precipitação é um fator determinante na disponibilidade de energia para geração através das usinas hidrelétricas no Brasil. As usinas podem ser classificadas de acordo com a vazão em dois tipos principais:

  1. Usinas de Reservatórios: Estas usinas possuem barragens para o armazenamento de água, permitindo um controle mais eficiente da geração de energia durante períodos de seca.
  2. Usinas a Fio d’Água: Dependem diretamente da vazão fluvial para a geração de energia e têm reservatórios mínimos, o que as torna mais vulneráveis às variações no nível de precipitação.

Independentemente da configuração, a disponibilidade de água é essencial para o funcionamento das usinas.

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Localização das Usinas nas Bacias Hidrográficas

As usinas hidrelétricas estão estrategicamente localizadas em diversas bacias hidrográficas. Estas bacias são áreas compostas por um rio principal e seus afluentes, responsáveis por escoar a água para as partes mais baixas da topografia. O Brasil possui 12 principais bacias hidrográficas, cada uma com características topográficas distintas, que influenciam diretamente na capacidade de geração de energia hidrelétrica.

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Figura 1 – Bacias hidrográficas brasileiras (Fonte: Koehne, A. 2008)

Dentro dessa estrutura, estão localizadas as sub-bacias, que são divisões das bacias, com áreas maiores que 100 km² e menores que 700 km². Na energia, esse conceito se faz necessário pelo número de usinas e representatividade em volume d’água. Abaixo, estão apresentadas as principais bacias e sub-bacias de grande importância para a geração hidrelétrica brasileira (Figura 2).

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Figura 2 – Principais bacias e sub-bacias para a geração hidrelétrica brasileira (Fonte:  ONS, 2012)

Classificação e Localização das Usinas Hidrelétricas no Brasil

As usinas hidrelétricas são projetadas com base na disponibilidade de água das bacias hidrográficas, garantindo a geração de energia eficiente e o atendimento à demanda, respeitando as redes de distribuição disponíveis. A localização estratégica das usinas é crucial para o melhor aproveitamento dos recursos hídricos, minimizando o impacto ambiental.

Classificação das Usinas Hidrelétricas

As usinas são classificadas de acordo com sua potência instalada em três categorias principais:

  • Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH): Potência instalada de até 1 MW.
  • Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH): Potência instalada entre 1 MW e 30 MW.
  • Usina Hidrelétrica de Energia (UHE): Potência instalada superior a 30 MW.

Localização Estratégica das Usinas

A Figura 3 demonstra a localização das usinas hidrelétricas no Brasil, evidenciando uma alta concentração de empreendimentos nos submercados das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Essa concentração se deve à abundância de bacias hidrográficas nestas áreas, que proporcionam condições ideais para a geração de energia.

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Figura 3 – Localização das usinas hidrelétricas brasileiras existentes (Fonte: EPE, 2024)

Importância do Regime de Chuvas na Geração Hidrelétrica

O acompanhamento do regime de chuvas é crucial para prever a geração hidrelétrica e a formação de preços de energia no Brasil. As bacias hidrográficas localizadas na faixa Centro-Sul do país são responsáveis por abastecer a maior parte das usinas hidrelétricas, tornando-se as mais importantes e relevantes no cenário energético nacional.

Influência dos Fenômenos Meteorológicos

Fenômenos meteorológicos como El Niño e La Niña desempenham um papel significativo na variação das chuvas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Esses fenômenos devem ser monitorados continuamente, pois podem impactar de maneira positiva ou negativa a disponibilidade de recursos hídricos para a geração de eletricidade.

  • El Niño: Geralmente associado a períodos de seca no Nordeste e chuvas intensas no Sul.
  • La Niña: Normalmente causa o inverso, com mais chuvas no Nordeste e seca no Sul.

Investimentos contínuos em tecnologias de monitoramento e infraestrutura hidrelétrica são necessários para manter o Brasil na vanguarda da geração de energia renovável, reforçando seu compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética. Assim, o país pode continuar a expandir sua capacidade de geração, atendendo à crescente demanda por energia de forma responsável e inovadora.

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