Aumento nos preços de energia X condições climáticas
A recente piora das condições climáticas, especialmente na região Sudeste/Centro-Oeste do Brasil, tem gerado uma crescente preocupação com o abastecimento energético do país. A combinação de baixos níveis de chuva e a necessidade de acionamento de usinas termelétricas está pressionando os preços de energia, impactando tanto o curto quanto o médio e longo prazos.
Neste artigo, vamos explorar as causas desse cenário, suas implicações no mercado de energia e as perspectivas para os próximos meses.
Saiba mais: Bacias hidrográficas e influência nos reservatórios para geração de energia
Condições Climáticas e Impacto nos Níveis dos Reservatórios
Nas últimas semanas, as condições climáticas desfavoráveis têm afetado drasticamente o nível dos reservatórios, especialmente nas regiões Norte e Sudeste/Centro-Oeste. A Energia Natural Afluente (ENA) acumulada no ano está em apenas 73,5% da Média de Longo Termo (MLT), o que representa uma queda significativa em relação aos níveis de 2023. Segundo o Programa Mensal de Operação de setembro de 2024, as previsões são pessimistas, com expectativa de chuvas de apenas 47% da média histórica em setembro e 68% em outubro.
Essa escassez de chuvas deve levar os reservatórios da região SE/CO a atingirem apenas 48% de sua capacidade no final de setembro, representando o menor nível em três anos. O cenário é ainda mais grave quando consideramos as projeções para outubro, com uma estimativa de que os reservatórios estejam 23% mais vazios em comparação ao mesmo mês do ano anterior.
Ações do Governo e Uso de Termelétricas
Diante desse cenário crítico, o Ministério de Minas e Energia está desenvolvendo medidas para garantir o fornecimento de energia, incluindo a possibilidade de acionar até 80% das usinas termelétricas disponíveis nos próximos meses. Esse aumento no uso de termelétricas já se reflete no Custo Marginal de Operação (CMO), que alcançou R$ 277,76/MWh na primeira semana de setembro, uma alta de 194% em relação à semana anterior.
Volatilidade nos Preços de Energia
As condições adversas resultaram em uma rápida escalada nos preços de energia. Em setembro, o preço de curto prazo saltou de R$ 190/MWh para R$ 270/MWh, enquanto os preços para outubro subiram 70%, passando de R$ 236/MWh para R$ 400/MWh. Além disso, o produto de setembro a dezembro de 2024 avançou 55%, alcançando aproximadamente R$ 310/MWh.
Essa tendência de alta também afeta os preços de médio e longo prazo. Para 2025, os preços subiram cerca de R$ 30/MWh, enquanto para 2026 e 2027, os aumentos foram de aproximadamente R$ 10/MWh. Apesar das elevações, ainda há oportunidades de contratação de energia a preços razoáveis para os próximos anos.
Perspectivas e Recomendações
A tendência é que os preços de energia continuem voláteis enquanto perdurar o atual cenário hidrológico desfavorável, com o despacho termelétrico sendo uma necessidade para manter a segurança do sistema. Em um cenário otimista, uma reversão poderá ocorrer com bons níveis de chuva no próximo verão. Contudo, a continuidade da estiagem e frustração das chuvas pode gerar novas altas nos preços.
Para uma redução consistente dos preços, será essencial que as vazões durante o período úmido se aproximem da média histórica. Nesse contexto, o monitoramento contínuo da situação é fundamental para decisões assertivas na contratação de energia.
O cenário energético atual exige uma análise criteriosa e o suporte de profissionais experientes para navegação eficaz no mercado de energia. A Replace Consultoria está pronta para oferecer todo o suporte necessário, fornecendo informações atualizadas e orientações estratégicas para a contratação de energia em momentos de alta volatilidade. Conte conosco para tornar suas negociações mais assertivas e seguras.