A comercializadora de energia está inserida no Mercado Livre e tem como atividade principal a compra e a venda de energia, desenvolvendo transações com todos os players que atuam nesse mercado – consumidores, geradores e outras comercializadoras. As estratégias de negociações, a formação de portfólios de compra e de venda requerem conhecimentos do funcionamento do setor elétrico como um todo, envolvendo os aspectos de mercado, formação de preços e do marco regulatório.

A atividade de comercializar energia elétrica é parte de todo o processo de negócios do setor elétrico. A empresa comercializadora tem um papel importante nessa cadeia de agentes na compra e na venda de contratos, dando liquidez às operações. Suas funções vão além da venda ou da compra de energia, contribuindo também para oferecer produtos diferenciados e condições comerciais que atendam às necessidades de mercado. 

Continue lendo esse artigo para saber mais sobre a importância das comercializadoras de energia e o porquê você precisa delas.

Qual a atuação de uma comercializadora de energia?

As comercializadoras de energia atuam nas operações de compra e venda de energia, podendo atuar oferecendo produtos para o mercado regulado e, principalmente, para o mercado livre de energia. No mercado regulado, a comercializadora pode ofertar contratos em alguns tipos de leilões organizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, competindo diretamente com os geradores de energia. 

No Mercado Livre, atuam na compra e venda dos mais diversos tipos de contratos de compra e venda, negociando diretamente com geradores de energia, com outros comercializadores e com os consumidores de energia. Além das negociações comerciais, algumas comercializadoras prestam também outros serviços, como por exemplo, a representação junto à CCEE para o registro e validação de contratos, monitoramento de mercado, negociação de energia em nome de seus clientes.

A maior parte das atividades das comercializadoras se concentra no mercado livre de energia, sendo sua principal atuação a pulverização dos negócios junto a um número elevado de consumidores e outros agentes. Para isso, oferecem uma enorme gama de produtos: contratos de curto e longo prazo, swaps de produtos, períodos e submercados, opções de compra, derivativos e muitos outros.

Qual a importância das comercializadoras de energia?

As comercializadoras de energia têm um papel importante no funcionamento do Mercado Livre de Energia. Os agentes comercializadores são intermediários nas negociações entre geradores, comercializadores e consumidores. Com o aumento do número de empresas operando no mercado livre de energia, seu papel como agente de varejo cresce de importância, na medida que acessam um volume crescente de novos consumidores que migram para este mercado.

Esses agentes assumem o papel de acessar novas empresas e prover os produtos adequados para cada tipo e porte de consumidor. Naturalmente, o produto destinado a um consumidor eletrointensivo será diferente do que é necessário para um supermercado ou shopping center. 

São inúmeros os tipos de contratos oferecidos: curto-prazo para fechamento do balanço mensal; longo prazo, com ou sem flexibilidade de volume; desconto garantido; swaps de tipo de energia, de submercado. Também, em muitos casos, assumem o papel de um agente financeiro, renegociando contratos para ajustar preços ou volume em momentos específicos, pré-pagando o volume a ser fornecido no futuro, etc.

De fato, o papel exercido pelas comercializadoras de energia vai muito além da negociação de contratos de compra e venda de energia, passando pela oferta dos produtos necessários a cada tipo de cliente, bem como oferecendo soluções financeiras, auxiliando no processo de transformar os negócios do mercado de energia em soluções de interesse do cliente.

Atualmente, há mais de 300 empresas operando como comercializadores de energia. Vários bancos importantes, como BTG, Santander e Itau decidiram participar desse negócio. Outras empresas de grande porte que atuam no setor de combustíveis, como SHELL, VIBRA (ex-BR Distribuidora de Combustíveis) e Raizem também contam com estruturas de comercialização. Naturalmente grandes grupos do setor de energia como CPFL, EDP, ENGIE, ELERA são importantes players na comercialização. O crescimento no mercado livre vem abrindo espaço para uma gama muito grande de novos ofertantes, com soluções próprias que devem e podem ser exploradas pelos consumidores.

As comercializadoras de energia como estratégias de sucesso

Para finalizar esse artigo e entender as estratégias e produtos oferecidos pelas empresas comercializadoras de energia, é preciso saber que o sucesso de seus negócios e de seus produtos decorre do desenvolvimento técnico de suas equipes, que buscam conhecer em profundidade os principais drivers que movimentam os preços para cima e para baixo.

Lembrando que para desenvolver, com sucesso e lucros, as operações de compra e venda de energia, todas elas devem contar com estruturas capazes de estabelecer estratégias de medição dos riscos de seu negócio e construir portfólios de compra e de venda, Naturalmente, o preço médio de compra deve ser menor que o preço médio de venda de modo a assegurar lucros e a sobrevivência do negócio.

O mercado de energia brasileiro, por suas características, apresenta elevada volatilidade nos preços de energia, exigindo um trabalho contínuo de gestão de riscos e controle de seu portfólio. São inúmeros os exemplos de comercializadores de energia que “quebraram” por erros no gerenciamento de seus riscos. Outros renegociaram contratos com seus clientes (aumentando preços ou diminuindo volumes contratados) de modo a poder superar dificuldades financeiras decorrentes de decisões que não se mostraram acertadas.

Escolher o comercializador de energia que oferece o produto mais adequado para sua empresa, a preços competitivos e que gerenciam seus riscos de maneira eficiente, é muito importante para sua empresa. Afinal, ninguém quer ter a surpresa de, no meio da execução de um contrato que oferece boas condições para a competitividade de sua empresa, de o vendedor quebrar ou solicitar renegociação das condições pactuadas para poder sobreviver a uma intempérie do mercado.  
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