A importância da segurança cibernética no mercado de energia
Você já ouviu sobre a segurança cibernética no Mercado de Energia?
A segurança cibernética é um tema cada vez mais importante e relevante no mercado de energia, que envolve a distribuição e o fornecimento de eletricidade para o mercado de energia. Com o crescente uso da tecnologia e a transformação digital das empresas, a segurança cibernética se tornou uma questão fundamental para a manutenção do fornecimento seguro de energia.
De acordo com um relatório do Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC) do Reino Unido, as empresas do setor de energia estão entre as mais vulneráveis a ciberataques em todo o mundo. Além disso, segundo um estudo da consultoria Accenture, 98% das empresas de energia afirmam que estão vulneráveis a ciberataques, sendo que 41% das empresas relataram ter sofrido pelo menos um ciberataque nos últimos 12 meses.
Diante desses dados alarmantes, fica evidente a necessidade de que as empresas do mercado de energia adotem medidas efetivas de segurança cibernética para proteger seus sistemas e garantir o fornecimento seguro de energia para o mercado e para seus clientes. Neste artigo, discutiremos as vulnerabilidades das empresas do mercado de energia em relação a ciberataques, como se proteger contra esses ataques e por que a segurança cibernética é tão importante para o fornecimento de energia seguro.
Como as empresas do mercado de energia estão em risco?
O mercado de energia é composto por empresas que atuam em todas as etapas do processo de fornecimento de energia – geração, transmissão, distribuição e faturamento da energia fornecida. Com o avanço da tecnologia, essas empresas estão se tornando cada vez mais dependentes de sistemas computacionais para realizar e controlar suas operações, o que as torna vulneráveis a ataques cibernéticos.
Um dos principais riscos é a possibilidade de ciberataques que visam interromper o fornecimento de energia para determinadas regiões, causando impactos significativos na vida das pessoas. Outro risco é o roubo de dados confidenciais, como informações de clientes e dados operacionais, que podem ser usados por cibercriminosos para obter vantagens financeiras ou estratégicas.
Um exemplo de ataque bem-sucedido no setor de energia inclui o ataque ao sistema elétrico ucraniano, em 2015, que demonstrou a gravidade das consequências de uma falha na segurança cibernética.
Nos Estados Unidos, o governo federal incentiva as empresas do setor de energia a melhorar a resiliência dos sistemas que controlam a infraestrutura de redes. Mais de 150 concessionárias de energia elétrica e vários gasodutos implantaram ou estão em processo de implantação de tecnologias adicionais de segurança cibernética, indicam fontes oficiais norte-americanas.
A digitalização, que tem ajudado na aplicação de serviços remotos, também pode favorecer ações de combate a ciberataques. A coleta de dados nas mais de 150 concessionárias seria compartilhada de forma anônima para incentivar ações comuns de cibersegurança. A discussão se as empresas de serviços públicos de energia estão preparadas para evitar ou minimizar ataques cibernéticos não fica restrita aos Estados Unidos.
A questão vem sendo debatida pelos especialistas do setor também na Europa, mostrando que o avanço da digitalização da infraestrutura das utilities de energia é um processo inevitável, mas que também contém riscos.
O Brasil tem destaque no tema ao ser ranqueado como o quinto maior alvo de hackers do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e África do Sul, segundo a consultoria Delloite. Não por menos, 41% das organizações do país já sofreram algum ataque cibernético, causando danos não apenas para a qualidade dos serviços prestados, mas também para a sua imagem corporativa.
Como as empresas do mercado de energia podem se proteger contra ciberataques
Para se proteger contra ciberataques, as empresas do mercado de energia devem adotar medidas de segurança cibernética robustas. Algumas das medidas mais importantes indicadas pelos mais renomados especialistas se iniciam com medidas como:
- Controle de acesso: restringir o acesso a sistemas e informações confidenciais é fundamental para garantir a segurança cibernética. As empresas devem adotar rígidas políticas de acesso baseadas em perfis e níveis de autorização;
- Controle das senhas de acesso: boa parte dos ciberataques inicia com a captura ou o raqueamento de senhas de acesso nas redes de wi-fi. Os trabalhos em home office potencializam esse risco, na medida que, nas residências, os cuidados com senhas de acesso e passwords são menos rígidos do que nas empresas. Cuidados com as regras de construção das senhas de acesso às redes de wi-fi e acesso aos sistemas corporativos devem ser continuamente revisados.
- Atualize os equipamentos: a atualização de equipamentos e sistemas muitas vezes é vista apenas como uma maneira de ter acesso a novas funcionalidades. Mas ela também é aplicada para reduzir riscos de segurança. A vasta maioria dos fornecedores de softwares e hardware tem política de atualizações que envolve correções de bugs de segurança. Identificar, testar, validar e implementar novas versões de sistemas trará ganhos de segurança para sua infraestrutura.
- Cuidado com equipamentos pessoais: é preciso atenção redobrada para os equipamentos dos funcionários. Nesse caso, o gerenciamento da segurança acaba não sendo de responsabilidade da empresa, aumentando a vulnerabilidade aos ciberataques.
- Cuidados nas liberações de acesso: a configuração dos serviços corretamente é importante para garantir a integridade da rede e impedir que usuários não-autorizados tenham acesso a serviços ou a sistemas. A análise do perfil operacional do negócio e como cada ferramenta é utilizada é importante. Qualquer equipamento conectado à rede da empresa merece atenção no que diz respeito a autenticação e controle de acesso para limitar as vulnerabilidades.
- Tenha uma política para cada grupo de usuários: uma política de autorizações e restrições de acesso para cada grupo de usuários é uma necessidade. Cada usuário deve ter credencial própria, com as respectivas credenciais, conforme as demandas dos setores. Reduzir o acesso a arquivos e sistemas apenas àquilo que é realmente necessário para cada área é uma diretriz importante.
- Monitorar o acesso à rede: o monitoramento de logs de uso de sistemas é uma medida simples, mas que pode gerar grande impacto na capacidade da empresa de detectar algum comportamento anormal. Essa prática também é útil para os gestores que buscam meios de otimizar as configurações da infraestrutura. Afinal, ela dá mais conhecimento sobre o perfil da infraestrutura e como os comportamentos de cada pessoa afetam a sua confiabilidade.
- Acompanhe o tráfego da infraestrutura de rede: o tráfego da rede deve ser monitorado continuamente, pois vulnerabilidades podem ser exploradas tanto para sobrecarregar ou não disponibilizar a capacidade computacional como para saturar a banda. Essas são as características dos ataques DDoS, que estão sendo amplamente disseminados atualmente.
- Política de segurança de dados: as medidas listadas acima, entre outras, devem ser parte da política de segurança de dados da empresa, para dar a todos os colaboradores um guia de trabalho e cuidados em suas ações. A política de segurança de dados deve conter medidas como: regras de uso de equipamentos pessoais; política de backup; uso de senhas fortes, criptografadas e segundo fator de autenticação; regras de controle de acesso; medidas para prevenir, identificar e reduzir riscos.
- Pessoal treinado para cibersegurança: além de ter políticas focadas na segurança de dados, a empresa deve treinar seus profissionais para agir no sentido de minimizar os riscos de segurança. Os usuários devem ser orientados sobre as práticas que podem reduzir brechas e vulnerabilidades.
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A importância da segurança cibernética para o fornecimento de energia
A segurança cibernética não é importante apenas para proteger as empresas do mercado de energia contra ataques, mas também para garantir o fornecimento seguro de energia para seus clientes. Um ataque cibernético bem-sucedido pode interromper o fornecimento de energia, causar danos às instalações e equipamentos e colocar em risco a segurança dos trabalhadores e de toda a comunidade.
Em resumo, a segurança cibernética é fundamental para as empresas do mercado de energia garantirem a proteção de seus dados e a continuidade de suas operações. Os riscos cibernéticos estão em constante evolução e as empresas precisam estar preparadas para enfrentá-los.
A adoção de medidas de segurança cibernética, como a implementação de políticas de segurança, a utilização de tecnologias de segurança avançadas e o treinamento e conscientização de colaboradores, é essencial para garantir a proteção contra ciberataques.
Ao implementar essas medidas, as empresas podem garantir a segurança de suas operações, proteger seus clientes e manter sua posição competitiva no mercado. A segurança cibernética deve ser vista como um investimento necessário para o sucesso a longo prazo das empresas do mercado de energia.