Leilões de energia existente terminam com deságio de até 15%
Carlos Schoeps
Os leilões de energia existente A-1, A-2 e A-3 encerraram-se com preço médio de R$ 207,81/MWh, deságio global de 15,45% e economia estimada em R$ 1,18 bilhão, com a contratação de 1.778,6 MWmed, movimentando cerca de R$ 6,4 bilhões. Foram comercializados contratos de usinas existentes das fontes eólica, solar, hídrica e térmica, compondo um portfólio diversificado de suprimento para as distribuidoras.
No A-1, com início de fornecimento em janeiro de 2026, o preço médio ficou em R$ 205,74/MWh, com deságio de 26,52% e 600,4 MWmed contratados, gerando economia de R$ 781,1 milhões. Entre os vendedores, destacaram-se Atiaia, Auren e Eleia, enquanto Enel SP, Enel CE e Enel RJ foram as principais compradoras.
No A-2, o preço médio foi de R$ 205,40/MWh, com deságio de 14,42%, volume de 631,4 MWmed e economia de R$ 383,3 milhões, tendo Engie, EDP e BTG Pactuais como maiores vendedores e Enel SP, Enel CE, Amazonas Energia, Light e Celesc como principais compradoras. Já no A-3, o preço médio atingiu R$ 212,88/MWh, com deságio de 0,99%, economia de R$ 20,3 milhões e 546,8 MWmed contratados; entre os vendedores, sobressaíram Enel Trading, Tradener e BTG Pactual, e entre os compradores, Enel SP, Enel CE e CPFL Paulista.
Considerando as referências do mercado livre (ACL) na última semana, a análise dos resultados do leilão para cada ano mostra um cenário bem distinto. Para 2026, o preço do A-1, em torno de R$ 205,74/MWh, ficou mais de 15% abaixo dos preços no ACL (R$ 240MWh), que pode indicar uma tendencia de redução de preços no ACL para o próximo ano. Para 2027, o preço médio do A-2, próximo de R$ 205,40/MWh, praticamente espelha a referência do mercado livre (R$ 205/MWh), sugerindo que os preços estão bem alinhados. Já para 2028, o valor do A-3, na faixa de R$ 212,88/MWh, foi quase 10% acima da cotação de R$ 195/MWh no ACL, o que pode nos leva a indagar qual a tendencia dos preços nesse mercado.