EUA busca confiabilidade do sistema elétrico
A recente ordem executiva do Governo dos Estados Unidos encerra incentivos fiscais e cortes de impostos para projetos eólicos e solares após 2026. O Departamento do Tesouro vai eliminar gradualmente os créditos fiscais e o Departamento do Interior revisará as políticas públicas para as energias renováveis. O governo entende que as energias renováveis não asseguram o suprimento e dependem de cadeias de suprimentos estrangeiras.
A decisão também estimula o aumento da capacidade instalada para novos empreendimentos de geração e permite a reativação de usinas nucleares desativadas, com menor risco e custo em comparação com a construção de novos reatores. Pesquisas recentes mostram que 59% dos americanos apoiam a expansão da capacidade de energia nuclear.
As ações do Departamento de Energia ajudarão a desbloquear financiamentos e contribuirão para licenciamento rápidos para toda cadeia de suprimentos. A aprovação regulatória mais ágil e os contratos de compra de energia de longo prazo são cruciais para levantar recursos junto aos investidores.
O governo planeja aumentar a capacidade nuclear dos EUA de cerca de 100 GW hoje para 400 GW até 2050. As ordens também orientam a Comissão Reguladora Nuclear (NRC) a processar aprovações de licenças para novos reatores dentro de 18 meses.
Ao mesmo tempo o Governo vai acelerar a implantação de pequenos reatores modulares (SMRs) em locais federais, garantindo clientes iniciais e campos de teste para assegurar o uso viável. As ordens executivas são vistas como um “catalisador muito necessário” para a implantação de SMRs no setor civil, contornando gargalos estruturais e regulatórios.
A Constellation Energy está investindo US$ 1,6 bilhão para reabrir a Unidade 1 de Three Mile Island em 2027. A Holtec está a caminho de reiniciar a usina nuclear Palisades de 800 MW em Michigan até o próximo ano, e a NextEra Energy está considerando reiniciar a usina nuclear Duane Arnold de 600 MW em Iowa.
Os SMRs prometem investimentos iniciais mais baixos e tempos de construção mais curtos, mas enfrentam desafios regulatórios e de financiamento. O Governo americano quer que os reatores-piloto atinjam a “criticidade” até 4 de julho de 2026.
A guinada do governo americano em direção à energia nuclear, em detrimento dos incentivos às renováveis, revela uma estratégia pragmática diante dos riscos de segurança energética e da dependência de cadeias globais de suprimentos. Essas decisões mostram a busca por fontes de energia firme e com previsibilidade para dar segurança energética, especialmente para a nova era da inteligência artificial. O corte dos incentivos para solar e eólica deve estimular esses segmentos a buscarem soluções para ampliar sua competividade e maior confiabilidade no suprimento, decorrente de sua elevada capacidade de inovação tecnológica.
O esforço para reativar usinas nucleares e acelerar SMRs sinaliza pressa em ampliar a oferta de energia com segurança de suprimento, mas envolve riscos regulatórios e financeiros a serem superados a curto prazo. É uma estratégia de complementar as fontes energéticas intermitentes com outras de menor risco, sem emissão de gases de efeito estufa. Deve reduzir a velocidade da expansão renovável em nome da confiabilidade. Sistemas de armazenamento e redes inteligentes devem ganhar impulso para fortalecer a segurança.