Previsões da AIE para energia renovável mostram novas tendências
A Agência Internacional de Energia (AIE) reduziu sua previsão de crescimento global de energias renováveis até 2030 em 248 gigawatts, em comparação com o projetado no ano anterior. O ajuste reflete perspectivas mais fracas nos Estados Unidos e na China, mesmo com a energia solar ainda liderando os acréscimos recordes.
Essa revisão expõe um ponto crítico na transição energética mundial: a necessidade crescente de garantir energia firme, estável e de qualidade para sustentar setores altamente intensivos em consumo elétrico como data centers, indústrias de semicondutores e operações de IA.
O impacto da economia digital na demanda energética
A expansão acelerada dos data centers, que sustentam a inteligência artificial, computação em nuvem e a conectividade global, está transformando a lógica da oferta energética.
As fontes intermitentes, como solar e eólica, apesar de essenciais para a descarbonização, apresentam limitações técnicas e econômicas.
A necessidade de fontes complementares e de resposta rápida — como hidrelétricas, termelétricas a gás natural e energia nuclear — se torna cada vez mais evidente para garantir segurança e estabilidade ao sistema elétrico.
Da sustentabilidade ao equilíbrio energético
Nos Estados Unidos e na China, os ajustes observados pela AIE vão além de políticas fiscais. Representam uma reorganização estrutural das matrizes energéticas, buscando segurança no fornecimento e racionalização dos investimentos.
O esgotamento de modelos dependentes de subsídios e incentivos fiscais massivos dá lugar a um pragmatismo técnico, essencial para evitar desequilíbrios estruturais no suprimento global de energia.
A transição dentro da transição energética
A Replace Consultoria observa que estamos diante de uma nova fase da transição energética:
a sustentabilidade continua indispensável, mas agora acompanhada de um imperativo estratégico a segurança energética.
O desafio é equilibrar inovação, descarbonização e estabilidade, garantindo que a economia digital se desenvolva sobre uma base energética resiliente e eficiente.